A formaçao do homem

"O que um homem pode ser, ele tem de ser" A. MASLOW



terça-feira, 22 de novembro de 2011

O futuro como ‘Profecia’ e como ‘Utopia’ em Nguenha


“Não é a primeira vez que o futuro esta no centro de debate. Ma certamente a primeira vez que ele é susceptível de ser encarado de maneira filosófica, pois é a primeira vez que somos chamados a escolher o tipo de futuro de que queremos que seja nosso e por consequência dos nossos filhos, sem condicionamentos ideológicos”. (Severino Nguenha)
No ano de 1993 Nguenha publica um livro intitulado Filosofia Africana: das Independência `as Liberdades, obra que aos olhos de muitos parece mais um escrito, para outros um conjunto de lucubrações filosóficas. Para os amantes das ideias um livro muito actual ano foi explorado na integra pelos seus destinatários, não parece que fora escrito naquele longínquo ano em que o seu País estava se preparando para primeiras eleições.
Embora esta obra esteja tenha como centro a reflexão sobre a liberdade como o fulcro da historicidade do pensamento negro, como Ele mesmo diz, “se tivermos que dar um outro nome a este ser chamado Homem, o seu nome seria liberdade”.[1] Mas o que mais me chamou atenção no livro e nas sessões de aula do pensamento africano foi o assunto voltado ao Futuro. Justificaremos a escolha no tópico reservado a posição pessoal. Por enquanto voltemos ao autor em análise.
Ao abordar esta problemática começa assim: o problema do futuro é complexo, a filosofia tem a missão futuro porque é no futuro que esta o tipo de homem e de sociedade que formamos hoje. E encarar esta problemática de maneira filosófica significa assenhora-se da própria liberdade e assenhorar-se do tipo de futuro que se quer que seja o nosso. Tarefa que não é fácil, porque significa pôr em jogo a própria existência como sujeito, e não ser instrumento da vontade alheia ou seja objecto. Diz ainda o pensamento, a filosofia torna possível o amanhã, mas ao mesmo tempo, interroga-se o tipo de amanha.
“Mas de que meio se serve a filosofia para questionar o tipo de amanha. Por outras palavras qual é a maneira mais filosófica de pensar o futuro, a profecia, a utopia ou a futurologia”[2] antes de embrenharmos neste terreno bastante pavoroso, devemos olhar ao nosso redor, para vermos como a filosofia se te posicionado em relação ao futuro, e qual tem sido a mais maneira filosófica africana de encarar o futuro.

Mas o que é o Futuro e Utopia para Nguenha?
Futuro é aquela fantasia política que permite inventar o amanha e viver o hoje. Citando Ray Bradbury diz futuro é ser capaz de fantasia, significa ser capaz de sobreviver. É  isso sim porque na existência tudo se faz em função do Futuro. E o passado é o campo de recordações e nostalgia de factos e de necessidades.
O futuro é o conjunto de projectos, de possíveis, de esperanças, de liberdades, porque temos de escolher entre os diferentes possíveis ou criar outros. Se não formos capazes disto, o nosso futuro não será diferente do nosso passado. E importante analisar a nossa história, para que se abra um novo futuro, que não seja um simples prolongando da história, para que possamos ser senhores do nosso destino e da nossa história.
Posto que a filosofia tem a missão futura, as preocupações das sociedades africanas estão mais voltadas ao futuro, Nguenha faz uma constatação que considero até um certo ponto patológica: os debates que animam a filosofia africana parecem imbuídos de preocupações contrárias as aspirações das comunidades africanas. A disputa que animas os filósofos tem a ver com os passados (etnologia) esquecem-se que o futuro é dever filosófico. E questiona: porque a nossa reflexão que se quer filosófica, isto é universal e voltada em direcção ao futuro, deve embater necessariamente no discurso etnológico, que é particularmente voltado para o passado?[3] “A necessidade constante de nos voltarmos em direcção ao passado, é manifestação de uma crise profunda que atravessamos…trata-se de uma crise das condições próprias da existência humana, da maneira própria de ser homem”.[4] 
E essa fuga ao passado na análise de Nguenha resulta da dificuldade de responder ao sonho legítimo das populações africanas pela liberdade, adoptaram posicoes de fuga, em direcção ao passado sob forma de mítica de personalidade africana, ao mesmo tempo que adoptavam futuristicamente e utopicamente as formas ocidentais de organização do mundo. E faz todo um esforço de indicar o caminho embora não se libertado totalmente deste apriorismo que ele mesmo chama de passado.
O futuro tem três aspectos: o primeiro, é a sua antecipação no presente; o segundo, é um futuro que seja em parte nosso e em parte dos outros (um pouco na perspectiva escatológica o já e o ainda não); o terceiro, (futuro do futuro) que será dos que ainda não nasceram, um futuro que não pode e nem sequer devemos predeterminar na sua originalidade, mas que condicionamos de uma certa maneira, e desta forma somos responsáveis. A relação com o futuro não é uma relação com o inexistente e ser sujeito significa tudo isso, pensamento que voltaremos a desenvolver a nos próximos parágrafos.
Após esta clarificação conceitual e ao mesmo tempo provocadora empenhemo-nos em apresentar as posições do actual filósofo da história sobre as duas formas de a filosofia pensar o futuro, posto que sua missão não é o passado, mas sim o futuro. Tentando responder assim a inquietação sobre a maneira mais filosófica de pensar o assunto, ou qual é instrumento de que se serve o filosofo para pensar o futuro e qual é fundamento do projecto futuro. Preocupação que une quase todos os escritos de Nguenha.

Futuro como Profecia  
A missão futuro pensada como profecia é imbuída aos profetas, o acto decisivo deriva do alto e tem um carácter real, essa forma de existência apenas é possível no âmbito das religiões reveladas, nas quais Deus, faz conhecer a sua votado por meio de um homem por Ele escolhido.
Porém a filosofia Africana não pode nem deve ignorar a dimensão profética sobretudo, quando esta pretende trazer a sua contribuição `a causa das massas africanas, razão pela qual a filosofia africana nasceu.
Se África tivesse seus profetas não teria cometido erros que custaram vidas humanas, de destruições materiais, de atraso em relação ao ritmo actual da humanidade. A lastima que Nguenha aponta se volta para a ausência deste profetas hoje, nesse sentido o profeta como guia capaz de apontar a melhor hipótese hoje para atingir as finalidades que nos propusemos ao alcançar as independências. Nos faz perceber que as igrejas que seriam as supostas depositárias da esperança, assim como os pensadores da negritude, tem dificuldade de conciliar a sua missão, cometem mesmos erros, fazem ‘discurso dos discurso’ e sempre voltados ao passado. Nem a dita teologia da esperança ou da libertação conseguiu resistir a essa tentação tornando-se desse modo uma etno-teologia. Todas sempre preocupadas além de influenciar o futuro mas em querer corrigir um passado que já não existe.
E chama atenção papel profético das igrejas da África Austral para a manutenção da paz e da reconciliação entre grupos políticos, étnicos e tribais. Esse papel cabe as igrejas e não será substituído por outras instituições humanas. A tarefa da Igreja deve ser profética, não pode se limitar simplesmente na reconciliação dos homens, ela deve participar na educação no sentido da tolerância, da indulgência, da solidariedade que são prerrogativas indispensáveis para a edificação da democracia e dum futuro diferente. Penso que a partir da educação que é possível antecipar e influenciar o futuro.
Enfim cabe a Igreja em sua missão profética, a sobrenatural tarefa de construir uma comunidade de destino onde cada um ocupe plenamente o seu lugar.
Por isso avança um conselho e uma critica simultaneamente, como é impossível fazer valer a profecia, somos obrigados a recorrer outros meios. Quererá Nguenha dizer que vivemos um período de igrejas sem profecia, ou que esta esqueceu-se da sua missão profética? Penso que sim, pois antes mesmo de afirma ele que a etno-teologia tem um discurso sem impacto no debate essencial sobre o devir da África. O discurso teológico efectuado por africanos tem como objectivos mostrar que as categorias da revelação bíblica ou teológica cristã existiam já nas religiões africanas. Sempre o erro é o mesmo o retorno ao passado, a imitação e pensar sempre tendo como referencia os outros, nada de novo!
Futuro e utopia
Estamos diante da maneira propriamente filosófica de pensar o futuro: a utopia. Que responde duas tendências profundas que se encontram no ser humano: a curiosidade do futuro e necessidade de esperar.
Na perspectiva do autor em estudo utopia será a força fecunda da história, que usa a esperança de uma maneira atenta e libertadora, evidenciando o esforço de transformar a ordem factual-historica para adequa-la a ordem ideal. Utopia não é um pensamento vão, sem fundamento, como uma flor de ilusão. Como actualmente se pretende.
Utopia significa a capacidade de antecipar conteúdos concretos que se realizarão no futuro mais ou menos longínquo. É uma fé racional numa realidade não existente, mas potencial, que representa um bem para quem a sustenta.[5]
Agora, sendo uma fé racional, a cidade utópica assim como previu, Platão, T. More, e se quisermos considerar Marx, só pode acolher a fantasia politica de um único utopista, porque só ele antevê  a verdadeira forma de estado e só ele encontrou a solução. A cidade utópica é portanto o sonho de um só homem, e seus habitantes carecem de uma dimensão histórica, não possuem a noção do bem ou do mal, são simplesmente bonecos idiotas. É aqui onde reside a maldade da utopia, tornar história uma historia sem nomes, todos os nomes são absorvidos por um leviatã, ou um espírito absoluto.
A utopia é o reino da luz, da ortodoxia, não se pode lutar nem esperar numa utopia melhor, Nguenha lembra os fundadores dos partidos africanos que lutavam pelas independências, diz ele foram homens que tiveram sonhos ilustres, e sobretudo tiveram a coragem de lutar para transformar os próprios sonhos em realidade, mas após alcançada as independências no delírio de alcançar os seus sonhos, transformaram muitas vezes os próprios povos em instrumentos de realização das suas utopias. E como na cidade utópica não se admite um segundo sonho, todos aqueles que ousarem sonhar diferente, pôr em dúvida a utopia dos dirigentes forma vítimas da ortodoxia utópica dos primeiros, as revoluções tornaram-se opressões e os libertadores em opressores.
É aqui onde reside a actualidade de Popper, na sua obra As sociedades abertas e seus inimigos, escreve ele: “o que nos devemos aprender com Platão é exactamente o contrário da sua doutrina. E esta é a lição que não deve ser esquecida. Por quanto excelente possa ser o diagnóstico sociológico de Platão, o seu desenvolvimento mostra que a terapia que recomenda é o pior do que o mal que ele procurava combater”.[6] Particularmente considero que a mesma crítica é dirigida a More e Marx.
E pensar futuro como utopia significa acima de tudo deixar para trás o passado africano e tomarmos a estrada da modernidade, citando M. Towa, Nguenha propõe que interrompamos a historia, que saímos dela, limpemos a tela vamos recomeçar do início e traçar um sistema social completamente novo. Mas isso não é certo assevera Nguenha, criticando Towa: o que será do futuro, se nos desfizermos de tempo vivido? Possivelmente seremos macacos imitadores.
E por fim uma forma concreta de realizar livremente essa forma de pensar as nossas liberdades é o federalismo que é uma forma filosófica de resolver e realizar as independências, é aqui nos estados federados que a independências significariam liberdades concretas e objectivas. As liberdades seriam exercidas desde o nível micro até ao mais alto. Esse é fundamento concreto filosófico do projecto futuro.
Portanto é essa a longa marcha africana que Nguenha desafia a nós todos se quisermos ser senhores da nossa história e do nosso destino, para que essa marcha em direcção a liberdade continue, temos que sofrer as leis da mudança temporal de uma maneira consciente.” Se possível antecipar os tempos e obrigar os eventos a se submeter `a lei a nossa vontade. Porque se não tivermos a coragem de antecipar os tempos e pormo-nos ao lado da cultura, sofreremos a lei da natureza, dos outros homens, ou ainda da natureza, dos outros homens e dos seus falhanços”.

Relação entre as duas formas de pensar futuro: profecia e utopia
A relação é simples mas confusa, as duas formas de pensar o futuro resultam da mesma necessidade: a impaciência da justiça., isto é a visão do que deveria ser. Uma necessidade não que pela sua natureza não pode ser satisfeita no individuo, mas simplesmente na sociedade. Ambas tendem para a perfeição: por um lado para a profecia o acto decisivo da perfeição deriva do alto por outro lado para a utopia a sociedade perfeita que se aspira é introduzida por uma acção humana deliberada.
Por fim, ambas tem um carácter realístico, por um lado temos um realismo profético (o que na linguagem religiosa escatológica seria o escaton o já e o ainda não) e por outro lado temos o filosófico (que seria antecipar) como disse Victor Hugo as utopias de hoje são as certezas de amanha. Isso é que significa ser sujeito, antecipar os tempos e obrigar os eventos a se submeter `a lei a nossa vontade.

Síntese
Quanto se discute sobre filosofia ou teologia africana, as reflexões são como constatou Nguenha são arqueológicas ou etnológicas ou mesmo são et-filosofia ou são etno-teologias. Existe uma grande pandemia nos intelectuais africanos que é urgente curar começando pelas causas não pelos sintomas.
Vivemos o tempo presente com problemas novos e que exigem soluções novas, não obstante o pensamento africanos que se pretende universal não parece viver no presente, carrega ainda manchas do passado, sempre que se pretende uma discussão seria parece que partimos do apriorismo do passado, mesmo o próprio Nguenha apesar de ser crítico dos principais expoentes do pensamento africanos até mesmo dos críticos, consideraríamos Nguenha e toda a sua corrente de críticos dos críticos, não são totalmente livres desse apriorismo, dedicam metade de suas obras por esse passado que se aconselha que deve estar enterrado.
Por um lado atribuímos todas as razoes por ser filósofos da história e como tal há que descrever os factos e históricos feitos por homens e o fim ético do mesmo com objectividade, mas por outro lado devemos as vezes sem razão temos que deixar de chorar ou lamentar nos murros história, para de nos olhar sempre a partir das lentes dos outros e encontrar respostas novas, pensamentos novos frente ao nosso existencial actual e sua problemática.
Nesse aspecto penso que Nguenha e toda sua equipa (não sei podíamos chamar de corrente) revela algo de novo a preocupação com as liberdades, a longa marcha que devemos fazer hoje para concretizar essas liberdades já que notamos uma certa traição ao projecto político após as independências, os libertadores se tornaram tiranos e ditadores as utopias de toda uma comunidade se foram absorvidas por uma única as que tentaram resistir foram lançada para as periferias e até mesmo sufocadas.
É nessa senda que estando no presente temos que enterrar o passado não que seja mau mas porque é um campo que não podemos fazer mais nada.
Nguenha propõem a três maneiras de pensar o futuro embora a nossa reflexão se tenha focalizado em apenas dois o de profecia e o de utopia mas é sobretudo na utopia que devemos concentrar nosso esforços. Posto que o filósofo não deve ater-se a profecia pois essa tarefa cabe do profeta, cabe ao filosofo respeitar, mas no caso concreto no contexto africano nem mesmo a igreja desempenha essa missão profética por um lado por estar unida também ao apriorismo do passado (etno-teologia), cabe ao filósofo desempenhar a sua missão que o é também da filosofia (missão futuro) e este na sua missão de ser porta-voz da humanidade propor essa fé racional, essa capacidade de fantasia mas que seja fantasia de todos, não de um só líder, e que a fantasia diferente não seja vitima da ortodoxia do primeiro, mas da síntese entre o primeiro e os segundo para há uma necessidade de ampliar os espaços de debate, ampliar as liberdades.
Esse foi o erro histórico que muitos países africanos cometeram ao se apoderarem das independências. Tornar os estados fortes sufocando as liberdades, e os possíveis futuros.
“Quando o presente de desintegra, quando o passado manifesta simplesmente a nossa crise, quando o futuro parece uma miragem, onde se situa o lugar do recomeço, o verdadeiro lugar de renovação?”[7]
Devemos abandonar a esfera do sonho de fuga tanto para trás como para frente, para mergulharmos numa reflexão lúcida sobre o nosso projecto de estar no mundo hoje.
Enfim, o futuro como utopia participativa penso ser a solução para o problema das liberdades com que a África se depara. A utopia liberdades devia fervilhar nas lucubrações filosóficas dos pensadores africanos, porque o pensamento África em todos âmbitos se constituio e se constitui como liberdade, o inscrever-se na história como subjectividade não fora feito a parti dos olhares dos outros mas a partir de si mesmo, quando os idealizadores da independências acolheram cada um seu modo o convite de Garvey de ‘plantar sobre o solo de África o mastro da liderdade’. Embora este mastro não tenha sido plantado aqui é com África que as liberdades alem de ser um problema político é também um problema ético. Hoje queremos não liberdade mas liberdades essa é a utopia que alimenta os nosso sonhos futurístico, mais liberdades e que essa liberdade se traduza em desenvolvimentos se quisermos usar a linguagem do premio Nobel da economia o economista Amartya Sen.
Não formos capazes disso continuaremos ser os bonecos idiotas, sem futuro sem história, mas como E. Bloch mesmo dizia a consciência humana é tão aberta ao futuro que é capaz de sonhos diurnos, nos quais na clara luz do dia antecipa as coisas que só a noite ousa sonhar. Para mim isso é que significa ser fautor da história, ser subjectividade se alguém não algo.
Enfim é no futuro que está o tipo de homem e por conseguinte o tipo de sociedade que desejamos, o tipo de homem que quer Nguenha chama atenção é o tipo de homem que sejam sujeitos e não objectos da história, porque? Porque o único domínio temporal que o homem pode influenciar ou mesmo mudar é o futuro, o único espaço sucessível de sujeitar as nossas decisões, e os futuros são muitos e alternativos entre eles, ligados `a decisões possíveis e aos eventos. Não podemos mudar o passado, mas podemos escolher o tipo de futuro que queremos.
O futuro é o espaço aberto ao possível, ao nosso desejo, aos nossos sonhos, `a nossa liberdade. É o domínio da liberdade porque cada um de nós é livre de conceber diferentes modos de ser, de viver e de existir, a condição de situá-lo no futuro. Tanto a concepção profética quanto a filosófica, são todas autentica forma de existir, mas não devo deixar de considerar que mais autêntica e sublime é a filosófica.


[1] Comunicação de Severino Nguenha, no Ciclo de Palestra de Filosofia na UEM, Maputo, 06.09.2011
[2] Severino Nguenha, Filosofia Africana: das Independência `as Liberdades, p. 12
[3]Severino Nguenha, Op. Cit. p. 12-13.
[4] Severino Nguenha, O Retorno do Bom selvagem: Uma Perspectiva Filosófica-Africana do Problema Ecológico. p. 114.
[5] Cfr. Severino Nguenha, Op. Cit. p.152.
[6] Karl Popper, As sociedades abertas e seus inimigos, apud. Severino Nguenha, Op. Cit.
[7] Severino Nguenha, Op. Cit. p. 117.

Bibliografia
NGUENHA Severino Elias, Filosofia Africana: Das Independências `as Liberdades. Edições paulinas, Maputo, 1993.
______________________, O Retorno do Bom selvagem: Uma Perspectiva Filosófica-Africana do Problema Ecológico, Edições Salesianas, Porto, Sine/Data.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Ética no Trabalho e Liderança

FUNDAÇÃO KONRAD ADENEUR
PALESTRA Nr. 01,
24 Agosto de 2011

TEMA GERAL: DESAFIOS PARA OS PARTIDOS POLÍTICOS NUMA DEMOCRACIA MODERNA

Tema específico: Ética no Trabalho e Liderança
dr. Hélder Madeira, Instituto Superior Maria Mãe de África


ESQUEMA DA APRESENTAÇÃO
·         INTRODUÇÃO
·         PARTE I: CONCEITOS RELACIONADOS
·         PARTE II: PRINCÍPIOS DE UMA LIDERANÇA ÉTICA
·         PARTE III: NOTAS CONCLUSIVAS.
·         PERGUNTAS PARA REFLEXÃO
·         BIBLIOGRAFIA

INTRODUÇÃO
Estamos aqui reunidos para partilhar algumas ideias sobre: Ética, Trabalho e Liderança, mas tudo indica que vou me inclinar só lado da Liderança, e acrescento se me permitem Liderança Servidora (o adjectivo servidora (do verbo servir) funcionará aqui como sinónimo de trabalho, quero dizer que não estamos longe do tema proposto) talvez a quem me pergunte onde fica a ética? Não vamos jogá-lo de lado pois, o servir, será todo esse conjunto de manifestação do líder servidor, ou seja, o serviço é o dever do líder. Se és líder de um grupo e pensas que estás “folgado  meu amigo estás enganado esse grupo já elegeu um outro líder, é tempo de partir e encontrar o teu lugar. (falo por experiência alias, vossa experiência é mais sólida que a minha).
Além dos objectivos Institucionais da Organização, pessoalmente tenho como meta mostrar caminhos a seguir e dizer o que se deve fazer, porque sei que todos querem se tornar líder que as pessoas merecem e precisam, porém tudo dependerá do vosso empenho.
O nosso percurso vai seguir três trajectos simples:
·         Primeiro vamos fazer uma breve clarificação dos conceitos tais como Ética, Serviço e Liderança;
·         de seguida descemos ao centro do trabalho onde desenvolveremos breves ideias acerca da Liderança e sua relação com a Ética, e por fim,
·          a  nossa conclusão e algumas perguntas de reflexão pessoal ou grupal.
Para a consecução destes objectivos vamos nos sustentar com a recente obra de James C. Hunter (2006) intitulada Como se tornar um líder servidor: os princípios de liderança de o Monge e o Executivo. Talvez a quem gostaria que nos sustentássemos em Maquiavel, mas eu prefiro Hunter, porque os tempos são outros e o mundo mudou, precisamos de romper os velhos paradigmas, precisamos de encontrar soluções novas aos problemas velhos e novos.


PARTE I: CONCEITOS RELACIONADOS
1.1.Ética 
De acordo com Vasquez (1995, p. 12) a ética “é a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. Ou seja, é a ciência de uma forma específica de comportamento humano”.
A ética é indispensável ao profissional, porque na acção humana “o fazer” e “o agir” estão interligados. O fazer diz respeito à competência, à eficiência que todo profissional deve possuir para exercer bem a sua profissão. O agir se refere à conduta do profissional, ao conjunto de atitudes que deve assumir no desempenho de sua profissão, ou seja, ético é todo profissional que tem como meta sentir-se íntegro e pleno da alegria de viver. Convicto de que todos os demais podem se sentir assim também. Cultiva o pensamento cooperativo. Tem um profundo e inabalável respeito pelos acordos firmados.
Segundo Motta (1984, p. 69):
A ética baseia-se em uma filosofia de valores compatíveis com a natureza e o fim de todo ser humano, por isso, “o agir” da pessoa humana está condicionado a duas premissas consideradas básicas pela Ética: “o que é homem e “para que vive”, logo toda capacitação científica ou técnica precisa estar em conexão com os princípios essenciais da Ética.
A ética está relacionada à opção, ao desejo de realizar a vida, mantendo com os outros relações justas e aceitáveis. Via de regra está fundamentada nas ideias do bem e virtude, enquanto valores perseguidos por todo ser humano e cujo alcance se traduz numa existência plena e feliz.

1.2.Trabalho (Profissão/ Serviço/ Emprego)[1]
O trabalho a que se refere no presente estudo é todo e qualquer tipo de serviço realizado pelo ser humano, não só o que está dependente ao vínculo empresarial. É o trabalho no geral, género do qual o trabalho assalariado é uma espécie.

João Caupers, apud Motta ao conceituar o trabalhado traz à tona a ideia, como sendo a actividade humana caracterizada pela penosidade e orientada para a satisfação das necessidades do homem. 
Assim, o trabalho pode ser conceituado como a actividade humana, física ou mental, voltada à satisfação das necessidades do ser humano. Para tanto, implica: uma actividade humana, manual ou intelectual; sacrifício, ou seja, dispêndio de esforços, e, ter por finalidade a satisfação das necessidades, próprias e/ ou de terceiros.
A ideia de trabalho pressupõe uma actividade económica desenvolvida pelo ser humano, orientada para a produção, troca de bens ou serviços.

1.3.  Liderança
Para James Hunter (Op. Cit. p. 18) “é habilidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente visando atingir objectivos comuns, inspirando confiança por meio da força do carácter.”
Nesta definição as palavras fundamentais para Hunter são: Habilidade, Influenciar e Carácter palavras que estão totalmente ligados a ética.
Mas quero acrescentar a liderança que aqui queremos transmitir é a liderança servidora ou liderança ética.

PARTE II: PRINCÍPIOS DE UMA LIDERANÇA ÉTICA
Como dissemos na nossa introdução a liderança que postulamos aqui é uma liderança ética, ou seja, servidora. Ou seja o líder servidor sabe que está diante de iguais, que sua tarefa mais do que dar a última palavra é influenciar as pessoas que estão no seu círculo não e não se influencia com palavras mas com acções.
Antes, porém, de descermos ao âmago da questão gostaria de demonstrar primeiro o que a liderança não é:

2.1 O que a liderança não é? (Comecemos pela negativa)
a) Liderança não é gerência
Todos nós que estamos aqui somos excelentes gerentes, possuímos sólidas competências técnicas e somos eficientes na realização de nossas tarefas. Por isso mesmo vamos nos dar uma nota 20 pelas habilidades gerênciais. Tudo indica que todos temos todas as possibilidades de assumir posições de liderança. Mas se vieram aqui para ouvir sugestões para serem melhores gerentes, estão enganados e na sala errada. Estamos aqui para falar sobre lideranças e não sobre gerência. As pessoas lideram-se e as coisas gerem-se. Gerência tem a ver com planeamento, orçamento, organização, solução de problemas, controle e manutenção da ordem, etc. etc fazem parte do gerente.
Quantas pessoas (óptimos gerentes) que nós conhecemos mas que fracassaram ou naufragaram quando se viram diante da tarefa de liderar pessoas, porque não conseguiram inspirar nem influenciar a fazer o que deviam fazer.
Liderar significa conquistar as pessoas, envolvélas de forma que coloquem a sua alma, suas ideias, espírito, criatividade e excelência ao serviço de um objectivo.
b) Liderança não é ser chefe.
Não é preciso ter um cargo de chefia ou hierarquicamente superior para ser um líder e influenciar outras pessoas a terem entusiasmo, mais empenho e mais disposição. Como dissemos no início, o que define a palavra liderança é a capacidade de influenciar os outros para o bem. Sublinho influenciar para o bem.
c) Liderança não é Falar mas Fazer (dispenso comentários)

2.2 O que é a liderança? (Pela positiva)
a) Liderança é uma grande Responsabilidade (responder)
Como líderes precisamos de reflectir obre o impacto que causamos na vida das outras pessoas e a responsabilidade inerentes a essa posição de confiança. A maneira como nos comportamos como chefe afecta todo o resto no meu círculo. (Qualquer um que já teve mau chefe pode compreender o que estamos aqui a falar). Por isso há quem diga que liderança é arte, é uma profunda interferência na vida das outras pessoas. E responder pela outras.
b) Liderança é uma Habilidade
As pessoas não nascem líderes, mas tornam-se. Ou seja os líderes são feitos. Se acreditarmos que a liderança é um conjunto de características em que nascemos ou deixarmos de nascer, então não precisámos assumir responsabilidade. Mas, se aceitarmos que a liderança pode ser desenvolvida, fica a pergunta: o que estou a fazer para desenvolver ao máximo essa habilidade?
Habilidade é uma capacidade aprendida ou adquirida, dela vem o hábito.

c) Liderança é influência
Liderança não é sinónimo de gerência mas de influência. É fazer com que as pessoas contribuam com entusiasmo, de preferência com a alma, a mente, a criatividade, excelência e outros recursos e se torne os melhores que são capazes de ser.
d) Liderança é uma questão de carácter
No seu trabalho ou no seu círculo é bom que se questione:
Sou paciente ou impaciente?
Gentil ou indelicado?
Arrogante ou humilde?
Honesto ou desonesto? etc.
Liderança é carácter em acção, pois o primeiro dever de qualquer líder é criar mais lideres e aqueles que são servidos pelo líder crescem como pessoas, tornam-se saudáveis, sensatos, livres e autónomos, e tem a maior probabilidade de se tornares líderes servidores.
Lembre-se que o líder deixa sempre a sua marca. A questão é, que tipo de marca?
Quando se sentir confuso sobre seu desempenho como líder, procure saber como estão as pessoas que você liderou ou lidera.

Como líder tens que deixar claro aos teus membros quatro elementos fundamentais do teu sector de trabalho ou grupo:
Missão (onde vamos?)
Valores (quais são as regras de comportamento no ambiente de trabalho?)
Padrões (como vamos medir a excelência?)
Responsabilidades (o que acontece se houver diferença ente padrões e desempenho?)

Portanto, penso que ficou claro o que pretendemos transmitir entre o que é e o que não é líder, quanto aos exemplos deixo ao critério de cada um a livre escolha e enquadramento.


2. 3 Poder e autoridade
Poder é a capacidade de obrigar, por causa sua posição de força aos outros a obedecer a sua vontade, mesmo que eles prefiram não fazé-lo. Poder é “faça isso senão vai ver”. O poder pode ser comprado e vendido, dado e tirado. Meus amigos poder funciona! É possível conseguir as coisas na base da imposição. Mas há algo negativo nisso. Quando usado de forma autoritária, o poder deteriora os relacionamentos. Se impões tuas vontades aos outros, com o tempo vais perceber o aparecimento de alguns sintomas.
Não me oponho ao uso do poder, quero deixar claro isso, aqui e agora. Pois há decisões em que o líder deve exercer o poder. Há vezes em que temos que dizer: basta, tu não prestas, não deves contar mais connosco, rua! O poder as vezes é necessário para atender as necessidades de um indivíduo ou de uma organização. [2]
Lembrar que o poder é uma qualidade própria das relações humanas. Com isso quero dizer que toda a relação social tem uma dimensão do poder: poder é uma realidade relacional.
E toda a relação social é uma equação de poder, pois todos os grupos ou sistemas sociais são uma organização de poder. Onde há relação social há poder, uma sociedade que elimina o poder é um fantasia infantil uma utopia irrealizável, porque nenhuma sociedade pode funcionar sem o poder.
Como um líder servidor deves saber que a decisão antes de tudo é um acto de poder, mesmo para o líder mais democrático chega a um momento em que deve passar da discussão à decisão, em que deve renunciar a convencer e exercer o direito a última palavra. Pois bem, o poder é isso mesmo: a última palavra pronunciada sem a adesão racional de todos. Mas por outro lado é necessário enfrentar este momento.[3] Porém a justiça é o elemento moral determinante do poder.

Autoridade: é totalmente contrário e diferente, é a habilidade de levar os outros a fazer de bom grado sua vontade. Quantas vezes já ouviram palavras como “farei isso por ti”. A autoridade é essência da pessoa, e está ligado ao seu carácter. Que tem autoridade escuta as desculpas, elogia com frequência, trata com respeito como se fosse uma pessoa importante. Uma pessoa pode não ter poder sobre mim mas ter muita autoridade (influência).


Princípios de Liderança Servidora
1º Liderança exige paciência (a fúria é um sentimento natural e saudável a paciência também, mas agir movido por fúria ou paixão, violando os directos dos outros é impróprio e prejudica as relações profissionais).
2º Liderança exige gentileza (e dispensar atenção, apreciação, ancoramento aos outros. É tratar os outros com cortesia. Pequenas amabilidades como: bom dia, por favor, obrigado, desculpa, são fundamentais nos relacionamentos).
3º Liderança exige humildade: (humildade = demonstração de ausência de orgulho, arrogância ou pretensões, comportamento autêntico). É contrário da arrogância, vaidade e orgulho. Líderes humildes não sofrem nenhum complexo de inferioridade. Eles sabem eu não têm todas as respostas e aceitam isso com naturalidade, sabem das suas forças e limitações. Os líderes autênticos, humildes estão conscientes de que o maior de todos os defeitos é acreditar que não tem erros. Sabem que todos estamos sujeitos a erros.
4º Liderança exige respeito: o respeito não é algo que se ganha quando se torna líder, o respeito é conquistado quando você é líder. Se você é líder lembre que és apenas o primeiro entre os iguais (primus inter pares)
5º Liderança exige altruísmo: atender as necessidades dos outros. Antes mesmo de sua próprias necessidades.
6º Liderança exige perdão: é necessário escutar as limitações dos outros e ter uma enorme capacidade de tolerar a imperfeição. Qualquer um pode liderar pessoas perfeitas se bem que elas existem.
7º Liderança exige honestidade: “não tente enganar ninguém”, honestidade e integridade são qualidades essenciais de um líder. Honestidade é não admitir comportamentos desleais e a formação de “panelinhas”.[4]
8º Liderança exige compromisso: “ser fiel a sua escolha” eis a definição de compromisso. Os melhores líderes são aqueles que enfrentam o compromisso que assumem. Compromisso exige uma relação de lealdade com sua equipa de trabalho, especialmente quando surgem falhas ou quando alguém precisa de sua ajuda. Compromisso é ter a coragem moral de fazer a coisa certa, independentemente da relação de amizade ou outras alianças, mesmo que seja impopular ou implique risco pessoal.

9º Liderança é responsabilidade (disso já falamos anteriormente)

10º Liderança significa disciplinar/ensinar: mas atenção disciplinar não é punir nem humilhar as pessoas, o objectivo é levá-las para o caminho certo, ajudando-as a se tornar melhor.
11º Liderar é abraçar e dar chapadas quando necessário: líderes servidores possuem extraordinária capacidade de demonstrar ao mesmo tempo rigor implacável e afecto sincero. Podem ser muito exigentes em sua busca de excelência, mas demonstrar igualmente seu interesse e amor pelas pessoa. Em suma buscar sempre um equilíbrio entre abraços e chapadas.
12º Último princípio: as pessoas devem acreditar no líder e confiar nas suas palavras “se não acreditas no mensageiro não vais acreditar na mensagem”
De todos esses princípios se não fosse por motivos de tempo gostaria de dedicar um pouco mais de tempo falando de gentileza e da honestidade, pois são duas áreas que eu penso que devem ser trabalhadas muito, em nossas vidas e também por serem nestes aspectos onde os líderes até mesmos pais de família perdem o equilíbrio. (Mas fica para a próxima penso que já estão cansados, era apenas um aviso!!!)

Enfim é o que a ética exige e reclama das nossas lideranças seja mesmo no pequeno e mais pequeno círculo (que eu chamo de micro grupos) em que estivermos. A ética exige não uma liderança de chefia mas de serviço, de trabalho e de exemplo. O mundo enfrenta novos problemas e as soluções devem ser também novas!


PARTE III: NOTAS CONCLUSIVAS.
Muitos estudos feitos apontam que as pessoas abandonam suas organizações, até mesmo posto de trabalho, não por maldade mas por causa dos seus líderes e chefes. Como disse o líder é responsável pelo crescimento e pelo declínio de qualquer coisa ou qualquer coisa começa do topo e não há equipas fracas, apenas há líderes fracos.
Os princípios de liderança servidora só podem ser aprendidos e aplicados por quem tem a vontade e a intenção de Mudar, Crescer e Melhorar.
Ninguém vai se tornar um líder melhor só com essa palestra. O que vale é a motivação para mudar e crescer. A mudança começa contigo.
É fácil falar de mudança, mas tomar a iniciativa exige determinação, por isso exige carácter para sair da zona familiar confortável para o desconhecido e desconfortável mais interessante.
Enfim as palavras são muitas mas fiquemos com as seguintes conselhos finais:
·         Nunca se esqueça que liderar é servir.
·         Respeite todas as pessoas.
·         Exija excelência e responsabilidade, especialmente dos seus líderes.
·         Reconheça e valorize as realizações espontâneas.
·         Seja honesto e exija honestidade, total nas boas e nas más notícias.
·         Respeite o equilíbrio ente o trabalho e á vida particular/ não existem duas morais.
·         Respeite a ovelha preta, Respeite quem pensa diferente.

PERGUNTAS PARA REFLEXÃO GRUPAL

1.      É possível evoluir sem fazer mudança?
2.      Se continuar a fazer o que sempre fazes pode esperar resultados diferentes?
3.      És capaz de receber feedback até mesmo dos seus subordinados, com criticas que podem causar angústia, afim de identificar as diferenças entre o que você é como líder agora e o que precisa para se tornar líder melhor?

4.      O que aprecia no seu trabalho ou organização?
5.      O que mais o frustra na sua organização?
6.      Quais são os obstáculos que estão atrapalhando o seu desempenho e impedindo que te tornes o melhor em sua capacidade?
7.      Como avalia o feedback que esta recebendo sobre o seu trabalho dentro da tua organização?

8.      Ao longo dos últimos anos, quais as realizações de que mais o orgulha dentro do teu grupo e porque?
9.      Que aspecto do seu desempenho que acha que precisam ser melhorados?
10.  Como avalias o desempenho de ti como líder e do teu líder?
11.  O que farias de diferente se fosse líder?
12.  Quais as perguntas que tens para mim?


 BIBLIOGRAFIA
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TOFFLER, Bárbara Ley. Ética no trabalho. São Paulo: Makron Books, 1993.
TUNGENDHAT, E., Lições fundamentais de ética, 7ª Ed., Petropolis, 2009.
VALQUEZ Adolfo Sanchez, Ética, Editora Civilização Brasileira.
VIDAL, M., Moral de atitudes: moral social, Vol. III. 3ª Edição, Ed. Santuário, S. Paulo, 1986.

Texto integral diponivel também em: http://helmadeira.blogspot.com/


[1] Usaremos estes três conceitos indiscriminadamente e como sinónimos. Trabalho, emprego, profissão/ serviço, em economia, entende-se como esforço realizado para assegurar um benefício económico. É um dos três principais factores de produção, sendo os outros dois a terra (ou os recursos naturais) e o capital. (Enciclopédia Microsoft® Encarta®. © 1993-2001 Microsoft Corporation. Todos os direitos reservados).
[2]Cfr.  Hunter, Op. Cit..
[3] AA.VV. Dicionário de Teologia Moral. p. 971ss           
[4] Pequenos grupinhos, aquelas alianças destritivas entruas duas ou mias pessoas que preferem falr das outras pessoas, em vez de  levanter o problema para todo o grupo a fim de encontrar solucao.