A formaçao do homem

"O que um homem pode ser, ele tem de ser" A. MASLOW



quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Racionalidade e diferença cultural em uma perspectiva pragmatista (Richard Rorty)

Helder Madeira
Menstrando em Filosofia e
Pela Universidade Sao Tomas
de Mocambique

Introdução
O presente trabalho é uma breve monografia sobre o texto: Racionalidade e diferença cultural em uma perspectiva pragmatista, do autor americano o neopragmatista Richard Rorty.
Todos os comentários que aqui fazemos se fundamentam em autores de referência neste vasto campo de pesquisa filosófica e são mencionados mediante uma nota de chamada. Como análise filosófica, impus-me, a fidelidade à expressão e ao conteúdo do pensamento do autor, espero não ferir a lógica do filósofo e espero também, que este esforço seja bem aceite, embora seja eu o primeiro a me sentir insatisfeito. Após feita a análise do texto apresentamos as nossas críticas em delação ao texto.
Para a realização deste trabalho, o método foi o de análise crítica e tentamos embora sem sucesso uma revisão bibliográfica, fomos ao encontro do pensamento do autor através da obra original e de seguida visitamos alguns comentários dos manuais para fundamentar a ideia, coisa que não foi fácil, nos parece que muitos organizadores dos manuais temem este campo de investigação filosófica.
Temos como objectivo fundamental aprofundar a pesquisa no módulo de Ética e Política e a relação entre ambos na perspectiva do autor e sobretudo analisar a aplicabilidade deste saber para nossa democracia.
Para alcançar os objectivos preconizados vamos seguir o seguinte percurso primeiro apresentamos a Vida e obras do filósofo em estudo, de seguida os percursos, influências e críticas ao seu pensamento, mais adiante seleccionamos as palavra chaves imprescindíveis para entender esta parte em estudo, depois descemos para o centro das análises: Racionalidade e diferença cultural em uma perspectiva pragmatista, Ashis Nandy e as criticas a noção de racionalidade-3, algumas anotações críticas ao texto racionalidade e diferença cultural e em última instância uma breve conclusão e as respectivas referências bibliográficas.



1.     Vida e obras
Richard  Rorty nasceu em Nova York, em 1931. Foi influenciado pelas ideias políticas de seus pais, que eram escritores e militantes inspirados no pensamento socialista. Ingressou na Universidade de Chicago ao 15 anos de idade, em 1952 terminou o mestrado em filosofia nessa mesma instituição e ingressou na Universidade de Yale para fazer o doutorado, que terminou em 1956. Estudou com Carnap e Hampel. Depois de completar o serviço militar, deu aulas em Wellesly e em seguida em Princeton, de 1961 a 1982. A partir dessa data leccionou na Universidade de Virgínia, até 1998. Depois foi professor de Literatura comparada em Stanford até 2005, quando se reformou definitivamente. Faleceu em 2007, aos 75 anos de idade.
Como filosofo, Rorty foi um pensador produtivo e combativo. Sua filosofia tem fortes influencias, como a de James, Dewey, Quine, Sellar, Davidson, Darwin, Hegel, Heidegger Wittgenstein, mas e sobretudo Dewey a quem ele chama de ‘o filosofo da Democracia, o New Deal, dos intelectuais socialistas americano’[1]. Rorty se autodefiniu como um neopragmatista, porque não apenas se baseou nas ideias de Dewey e James, mas também as renovou. Com isso ele abriu o seu pragmatismo as contribuições de filósofos analíticos como Quine, Sellar e Davidson.
Dentre seus livros destancam-se: A filosofia e espelho da natureza (1979) no qual Rorty rompeu com os textos predominantemente analíticos que tinha publicado antes e expôs as linhas gerais de sua nova perspectiva filosófica. Isso lhe valeu a reprovação de quase todos os filosófico analíticos anglófonos. Os dois livros seguintes, Consequências do pragmatismo (1982) e Contingência, Ironia e Solidariedade (1988), consolidaram a sua nova filosofia. Nessas obras ele explicitou o pragmatismo pronunciado no livro anterior, alem disso, explicou seu cepticismo com respeito a noção de método filosófico e tornou clara a maneira pela qual interpretava Heidegger, Dewey, Wittegenstein e Derrida, assim como apresenta algumas preocupações éticas e filosóficas. Em seguida Rorty publicou uma grande quantidade de artigos, que foram reunidos nos seguintes livros: Objectividade, Relativismo e Verdade – Artigos filosóficos I (1991), Ensaios sobre Heidegger e outros – Artigos Filosóficos II (1991), Verdade e Progresso – Artigos Filosoficos III (1998), Realizando nossa Pátria: o pensamento esquerdista na América do século XX (1998) e Filosofia e Esperança Social (2000) apresenta uma das versões mais claras do pragmatismo rortyano. Nessas obras, Rorty discutiu os temas “pós-Pragmatistas” que surgiram a partir de Continência, Ironia e Solidariedade e continuou a desenvolver suas apropriações dos aliados acima mencionados[2] Consta também que escreveu The Linguistic Turn (1967), por razões metodológicas, escrevemos o título na língua original pois em todas as bibliografias consultadas para este caso específico preservam o título da obra em inglês. 

2.     Percursos, influências e críticas
De um modo geral, o pensamento de Rorty está não só relacionado aos autores anteriormente mencionados, mas também a dos pragmatistas clássicos. Pierce se caracteriza pelo uso dos métodos científicos e pela procura de consenso. James é mais literário do que científico, celebrando as dimensões afectivas e volitivas da experiência humana e insistindo no reconhecimento da pluralidade das crenças e acções. Dewey por sua vez, procura combinar ambas as modalidades de pragmatismo em sua filosofia. Rorty faz uma opção declarada por Dewey, mas esta deve ser entendida como uma ligação ao Dewey Jamesiano, contra Pierce.
Rorty sempre pensou “que o objectivo do ser humano é gastar a própria vida lutando contra as injustiças sociais”[3] e nas universidades onde passou seu projecto foi de conciliar as orquídeas (a realidade) e Trotsky (a justiça).
Ao reflectir o que aconteceu quando publicou A filosofia e o espelho do mundo, Rorty chegou a conclusão de que a ideia de juntar a realidade e a justiça numa única visão era um engano. Ele percebeu que apenas a religião, entendida como fé não argumentativa em um pai substituto ou diferentemente de seu pai real, encarnava o amor, o poder e a justiça, apenas ela poderia realizar a tarefa preconizada por Platão. Como Rorty não consegui imaginar-se religioso, decidiu que a esperança de encontrar uma visão unitária nada mais seria do que uma enganadora saída para o ateu. Por causa disso escreveu Continência, Ironia e Solidariedade.
Neste livro ele argumenta que não é preciso conciliar Trotsky (justiça) com as orquídeas selvagens (realidade). Estas duas tendências poderão coincidir em algumas pessoas, como aqueles sortudos cristão, para que o amor de Deus e a outros seres humanos são inseparáveis, ou os revolucionários, que são movidos apenas pelo pensamento de Justiça social. Mas elas não precisam coincidir e não se deve tentar a conciliação com muito afinco. E que o facto de que tenhamos obrigações para com outras pessoas não implica que isso seja o mais importante. A única coisa realmente importa, é a capacidade de se simpatizar com a dor dos outros.
O pensamento de Rorty, após a filosofia e o espelho da natureza, exerceu uma grande influência principalmente no pensamento norte-americano, pois proporcionou novos temas de discussão e abriu perspectivas de diálogo com filósofos pouco levado em conta pela tradição analítica, como Dewey, Heidegger, Focault e Derrida. Além disso, com sua concepção de justificação baseada na prática social, a obra teve grande impacto na cultura como um todo.
Dentre vários autores que criticam os posicionamentos de Rorty, destacam-se Putnam, McDowell, Conant, MacIntyre, Nagel, Searle, Habermas, Nandy, etc. Ao lado deste encontramos alguns dos seus admiradores tais como: Blackburn, Bernad William, Denett, Paulo Ghiraldelli e Jurandir Freire Coste. Como se pode notar há mais críticos que admiradores, há quem sustente que talvez porque Rorty ainda não seja muito bem compreendido.

3.     Palavra chaves: Cultura, Racionalidade, Tolerância e Persuasão e Verdade

4.     Racionalidade e diferença cultural em uma perspectiva pragmatista.
Passamos a analisar em primeira instância o texto com o título acima mencionado, que é um dos capítulos da obra Pragmatismos e Política (2005). Neste texto a questão central são as virtudes políticas que devem ser cultivadas num ambiente plural que são a tolerância e a persuasão.
Rorty começa por apresentar as suas duas teses directoras: a primeira diz que determinadas culturas são mais racionais que as outras e, portanto, melhores. E a segunda diz que algumas culturas são menos racionalistas e, portanto melhores do que as outras.[4] Portanto essa é a ideia central da discussão do autor. Vejamos quais são os seus argumentos para explicar essa ideia, no tópico seguinte será a nossa preocupação apresentar a critica, por enquanto escutemos o autor.
Para explicar começa definir o que se entende por Racionalidade e Cultura. Ambos os conceitos são divididos em três perspectivas ou sentido em 1, 2 e 3 respectivamente.
Para o primeiro racionalidade-1 é a habilidade de enfrentar o meio ambiente, ajustando suas reacções aos estímulos deste, de modos complexos e delicados. Também pode ser chamado de razão técnica e ou capacidade de sobrevivência. Então essa habilidade não tem limites nem dono. Ela é natural.
Racionalidade-2 é um ingrediente extra que os seres humanos têm e que falta aos brutos. Ela é distinta da racinalidade-1 na medida em que fixa metas, e não se reduz ao trabalho de garantir a mera sobrevivência, mas estabelece uma hierarquia avaliativa em vez de simplesmente um ajustamento de meios aos fins.
Racionalidade-3 é o sinónimo de tolerância, é a habilidade de não ficar demasiado desconcertado diante do que é diferente de si, a capacidade de não responder agressivamente a essas diferenças. Essa habilidade acompanha a um desejo de alterar os próprios hábitos, não só de conseguir mais do que anteriormente se queria, mas de se remodelar em um tipo diferente de pessoa, que quer coisas diferentes daquelas que queria antes.
Ela também acompanha uma convicção mais na persuasão do que na força, uma inclinação para conversar antes do que brigar, queimar ou banir. É uma virtude que capacita indivíduos e comunidades, vivendo e deixando viver, e agrupando novos, sincréticos e comprometidos modos de vida. Racionalidade-3 não é só sinónimo de tolerância, persuasão mas também de liberdade.
Na suas analises, Rorty pensa que quando esses três sentidos de racionalidade forem agrupados, pode começar a parecer por si evidente que os humanos que são bons em munir-se de meios técnicos para realizar seus desejos correctos e serão tolerantes para com aqueles com desejos alternativos, uma vez que entenderão como e por que esses desejos indesejáveis foram obtido.
Para finalizar a clarificação deste conceito e relacionando ao tema geral afirma que as questões sobre a racionalidade e diferenças culturais se resumem a questões ligadas `a relação entre racionalidade-1 e racionalidade-3. E descartamos a ideia da racionadalide-2.
 Quanto a noção de cultura, também distinguido em três sentidos o termo.
Cultura-1 é o conjunto de hábitos de acção compartilhados, aqueles que capacitam os membros de uma comunidade humana singular a dar-se bem com os outros e com seu ambiente como todos assim o fazem. Cultura não é o nome de uma virtude, nem é necessariamente o nome de algo que, entre os animais os seres humanos possuem. A cultura-1 assemelha-se a racionalidade-1. Há uma diferença em complexidade entre as culturas.
Cultura-2 é o nome de uma virtude, é uma qualidade. Uma boa indicação de cultura é a habilidade de manipular ideias abstractas por simples prazer, é uma habilidade discursar longamente sobre as diferenças de valores de tipos amplamente diversos de pintura, música, arquitectura e literatura. A cultura-2 pode ser adquirida pela educação e é um produto típico da educação reservada aos membros mais abastados e mais desocupados de uma sociedade. A cultura-2 assemelha-se a racionalidade-3.
Cultura-3 é o que produzido pelo uso da racionalidade. É a superação da base animal e irracional por algo universalmente humano, algo que todas as pessoas e culturas são mais ou menos aptas a reconhecer e respeitar. O reino universal da cultura-3 é a meta da história.
Após essa clarificação conceitual começa analisando algumas sugestões ou argumentos que não são menos importante, pois são ao certo sobre as diferenças culturais. Mas para tal rejeita o argumento segundo o qual qualquer cultura-1 é merecedora, de preservação. Pois existem alguns grupos culturas que podem ser extintas e existem culturas que levam tempo para se desenvolver e solidificar merece ser mantido.
Outro argumento ou sugestão de que deve-se tratar toda a cultura como uma obra de arte e portanto merecedora de preservação, é algo recente e bastante influente no Ocidente entre os intelectuais da esquerda no Ocidente contemporâneo, essa sugestão é uma tentativa de preservação a noção Kantiana de ‘dignidade humana’. É uma tentativa de recriar a distinção kantiana entre valor e dignidade por meio de se pensar a respeito de toda a cultura humana, se não de todo o individuo humano, como valor incomensurável.
Nos discursos dos intelectuais contemporâneos de esquerda as vezes parece que apenas as culturas oprimidas são as culturas-3 reais e validas. E por outro lado, há uma tendência entre os europeus modernos que se orgulha de sua cultura-2 de pensar que somente as obras de arte difíceis e diferentes, são exemplos reais ou validos de criatividade artística. Ser criado na cultura-2 entre os intelectuais da esquerda da actualidade, é ser capaz de ver todas as culturas oprimidas, como mais preciosas do que qualquer coisa feita pelo ocidente contemporâneo. E Rorty afirma que essa exaltação do não ocidental é ambígua quanto a exaltação da convicção dos imperialistas ocidentais.
Superada essa fase Rorty faz um estudo comparativo ou melhor uma discussão entres os autores Hegel, Spencer, Darwin, Kant, Denett, Dawkins sobre a noção do real, racional, ambiente, natureza e cultura-2 particularmente. A afirma que conforme nos tornamos mais emancipados do hábito, cada vez mais motivados a agir de forma diferente de nossos ancestrais, para lidar com nosso ambiente de modo mais eficiente e bem sucedido, nós nos tornamos cada vez mais receptivos `a opinião de que boas ideias podem vir de qualquer lugar, de que elas são a prerrogativa de uma elite e que não estão associadas a qualquer lugar particular de autoridade.
Por fim Rorty apresenta a utilidade prática da tolerância e da persuasão, que é criar uma irmandade humana (fraternidade universal, a comunidade) que ela chama de utopia social-democrata na qual os humanos causariam menos sofrimento uns ao outros do que causam actualmente. O ideal social unificador dessa utopia seria um equilíbrio entre minimização do sofrimento e a maximização da racionalidade, um equilíbrio entre a pressão para não ferir os outros e a tolerância para com os diferentes modos de vida, entre a vigilância contra a crueldade e a relutância em erguer um estado pan-óptico. Os habitantes dessa utopia não pensariam a respeito de si mesmo como aqueles que realizam a verdade natureza da humanidade, mas simplesmente como seres felizes e livres, vivendo vidas mais ricas do que a dos habitantes das comunidades humanas anteriores. Em fim a utilidade prática da tolerância e da persuado na racionalidade e nas culturas é promover um tipo de diversidade-na-unidade característica da racionaidade-3
5.     Ashis Nandy e as criticas a noção de racionalidade-3
Para Nandy e outros, Dewey é simplesmente um representante a mais de uma cultura-1 não autocrítica que, mesmo se orgulhando de sua docilidade e tolerância, esta engajada na tarefa de destruir todas as possibilidades de tolerância cultural. Uma cultura-1 que no fundo é violenta e oposta a cutura-2 e ao desenvolvimento da racionalidade-3, para Nandy tolerância, pragmatismo e racionalidade-3 são como óleo e água ou mesmo a tentativa de mergulhar um pato na agua. Para Nandy a insistência pragmática de ver o ser humano simplesmente como um organismo a mais é incompatível com o tipo de tolerância das diferenças culturais que permitam um ligar para aquilo que é importante na tradição indiana. Para Nandy racionalidade 3 é o ‘sofrimento criado pelos próprio homem’ enquanto que para Dewey racionalidade 3 seria a utopia máxima da eliminação o que Nandy pensa. E a única coisa que Dewey concordaria com Nandy é que uma utopia pode sustentar uma atitude crítica permanente a respeito de si mesma e a de outras utopias.

6.     Algumas anotações críticas ao texto racionalidade e diferença cultural
Vamos apenas indicar críticas ao pensamento, por uma questão de pobreza bibliográfica nos restringimos ao texto em análise, assim evitamos nos perder neste vasto mar de ideias pragmáticas. Que tem suas variáveis e que são muitas vezes contraditórias entre si, porém não deixam de ser pragmáticas.
Passemos a afirmar que o pensamento contido neste artigo é relevante útil e renovador, pôs afinal de contas nos trás uma novidade não só o da tolerância e da persuasão para o campo do desenvolvimento da democracia mas também para todos outros membros de uma sociedade, e particularmente aqueles que usam o poder da palavra. Não só isso, mas também ao nos ensinar que a verdade ou as boas ideias podem vir de qualquer lugar, e que elas não são prerrogativa de uma elite e que não estão associadas a qualquer autoridade particular.
Penso que particularmente nos dias em que se seguem, onde existem fundamentalismos de todos os lados e tipos, essa verdade devia triunfar, mas para tal joga o grande papel a educação no sentido kantiano. Penso também que é uma critica ao rei filósofo de Platão, aos expoentes das religiões, aos utopistas sociais e revolucionários como Marx, assim como a grande ditadura da ciência com que somos obrigados a conviver. Aceitar esse facto é aceitar a diferença a pluralidade e diversifidade, e negar uma sociedade uniformizada.
Passemos agora para as anotações críticas. Devo concordar com Blackburn apud Dr Paulo Margutti, ao afirmar que Rorty tem “um dom extraordinário de esconder, embaralhar e lançar fumaça”[5] por isso as criticas devem ser muito bem elaboradas sob o risco de ser irrelevantes e desnecessárias.
Primeiro qual é a necessidade de destrinçar os conceitos a três níveis? Não nego a necessidade de clarificar os conceitos até este ponto, mas em algum momento tive a sensação de que o artigo ficou reduzido a clarificação destes dois conceitos e a aproximação de um para com o outro, penso particularmente que isso não se pode justificar com o título. Que dizer da perspectiva pragmatista, que apenas são lançadas algumas breves ideias que são a tolerância.
Na pagina 84 afirma que tentara na próxima secção do ensaio esboçar uma perspectiva pragmatista da diferença cultura que evita ambas ideias, porem não vimos nada sobre o assunto, apenas uma guinada expositiva que não nos leva a lugar algum seja pela dedução ou indução não encontramos esses elementos. O que me leva a crer que este capítulo pode ter passado pela fase de publicação pela forma como ele delimitou os conceitos, o que de certo modo não deixa de ser novidade e por isso mesmo merecedor de mérito.
Segunda critica, poderíamos chamar Rorty de o pensador da diferença cultural, e de seguida perguntamos-lhe o que significa quando conclui que o ocidente é o lugar de conseguir as virtudes sociais e ideias morais, apesar que indicar as razoes tanto políticas quanto filosóficas apenas menciona os autores que sustentam tais razoes mas não vemos as ditas razões.
Terceiro descemos a questões ligadas a cultura, penso que ao denominar cultura aquele grupo sociais como gangs criminosas, grupos de máfia e outros com um modo de manifestação diferente ou mesmo não racionalmente aceite, cria uma certa ambiguidade do termo ao usa-lo de modo indevido. Podemos verificar isso na sua clarificação e distinção do conceito.
Verifiquemos junto no primeiro caso define cultura-1 “conjunto de hábitos de acção compartilhados, … dar-se bem com os outros e com seu ambiente como todos assim o fazem”, sublinhemos as palavras dar-se bem, penso que se o fim é dar-se bem com os outros e o meio ambiente esse não é caso desse grupo visado por Rorty. Muito menos no segundo caso (cultura-2 é uma espécie de virtude ou qualidade que se adquire pela educação) e no terceiro caso (cultura-3 superação da base animal e irracional por algo mais universal). Penso que nesse sentido houve um certo exagero, esse modo de ser e estar no mundo não pode ser designado de cultura e se for antes de ser extinto demos que admitir a possibilidade de existir uma definição de uma racionalidade 4 e por conseguinte uma cutura-4, para que possamos ser abragente.    
Conclusão
Chegado a esse ponto não pretendemos esgotar a riqueza do pensamento de Rorty particularmente no que tange ao capítulo que nos concentramos a analisar. Ao fazer o seu discurso de defesa da sociedade democrática nos faz enteder que os valores da democracia não  são só aqueles que nos herdamos de Grecia antiga, que não olha o discursos vindo da periferia. Existem outros valores razão pela qual apela a racionalidade ou tolerancia como respeito pela oponiões dos estão ao redor.
Se não for exagero podiamos dizer que até um certo ponto Rorty é proximo a Haberma quando discute sobre a noção de verdade de falidade de facto assim como muito próximo a Rawl quando aborda sobre a noção do “veu da ignorância” e posição original. Nos leva a compreender que a verdade é contruida e ela fruto de encotro de culturas e de racionalidade, e que ela não é posse de ninguem pode vir de qualquer lugar, mas para tal há que deixar espaço.
O que em última análise nos permite afirmar que, o no campo político um Estado, não é só a  contribuição de quem esta em cima mas também de quem esta em baixo, como pensa Rorty ao abordar sobre diferernça cultura, no sentido de que no interior de um Estado, a união entre as classes mais desfavorecidas e as mais favorecidas é condição do sucesso, o que sugere que a nível internacional também a concertação entre Estados fortes e frágeis é importante para a melhoria das condições da habitabilidade do globo.


Bibliografia
BUNIN, Nicholas e TSUI-JAMES E. P. (Org.), Compêndio de Filosofia, S. Paulo, Ed. Loyola,
2002.
CHAUI, Marilena. Convite `a Filosofia, 13º edição, S. Paulo, Ed. Ática, 2005.
GHIRALDELLI, Paulo. Filosofia, Política e Intolerância, Disponivel em http://ghiraldelli.org
(Sine data)
PECORARO, Rossano. (Org.), Os filósofos  Clássicos da filosofia: Vol III de Ortega y Gasset a
Vatimo, Petropolis RJ, Ed. PUC Rio, Vozes 2009.
REALE, Giovanni e ANTISERI, Dario. História da filosofia: de Freud `a actualidade, Vl. VII,
São Paulo. Ed. Paulus, 2006,
RORTY, Richard. Pragmatismo e Política, S. Paulo, Ed. Martins Fontes, 2005.


[1] REALE, Giovanni e ANTISERI, Dario. História da filosofia: de Freud `a actualidade, Vl. VII, p. 200.
[2] Cfr. PECORARO, Rossano. (Org.), Os filósofos  Clássicos da filosofia: Vol III de Ortega y Gasset a Vatimo, pp. 354-355
[3] Idem, p. 369.
[4] RORTY, Richard. Pragmatismo e Política, p. 76.
[5] PECORARO, Rossano. (Org.). Op. Cit. p. 375.